sexta-feira, 15 de março de 2013

As Cruzadas

Escavação em projeto ferroviário encontra 13 corpos em Londres


De acordo com funcionários, a vala pode conter os restos mortais de milhares de pessoas mortas pela Peste Negra


LONDRES - Arqueólogos anunciaram nesta sexta-feira, 15, a descoberta de um cemitério que pode abrigar os restos mortais de cerca de 50.000 pessoas mortas pela "peste negra" em Londres, há mais de 650 anos. Treze esqueletos dispostos em duas fileiras foram descobertos 2,5 metros abaixo da rua na área de Farringdon, no centro de Londres, por pesquisadores que trabalham num projeto de 16 bilhões de libras (24 bilhões de dólares) para expansão da linha ferroviária.
Registros históricos já haviam indicado que a área, descrita como "terra de ninguém", teria abrigado um cemitério estabelecido às pressas para vítimas da peste bubônica, que matou cerca de um terço da população da Inglaterra após o início do surto, em 1348.
"Nesta fase inicial, a profundidade das covas, a cerâmica encontrada junto com os esqueletos e a maneira que os esqueletos foram dispostos, tudo aponta que isso seja parte do território de um cemitério emergencial do século 14", disse o arqueólogo-chefe do projeto, Jay Carver. Registros limitados sugerem que até 50 mil vítimas foram enterradas em menos de três anos no cemitério Farringdon, enquanto a praga devastava a capital.
Os arqueólogos esperam que os esqueletos, que foram levados para testes científicos, esclareçam informações sobre o DNA da praga e confirmem as datas dos sepultamentos. A descoberta do cemitério pode ser a segunda descoberta medieval significativa na Inglaterra recentemente, depois de arqueólogos confirmarem no mês passado que tinham descoberto os restos mortais do rei Ricardo 3º, que morreu em combate em 1485, debaixo de um estacionamento na região central do país.
As abras de construção da Crossrail, uma nova ligação ferroviária por baixo do centro de Londres e o maior projeto de infraestrutura da Europa, já descobriram esqueletos de mais de 300 covas em um cemitério perto do local do notório Hospital Bedlam para doentes mentais, no coração da cidade de Londres.
  

sábado, 2 de março de 2013

O ILUMINISMO: A base teórica da Revolução Francesa



O ILUMINISMO: A base teórica para as Revoluções inglesa e francesa (Século XVIII)


*O pensamento de John Locke: Precursor do iluminismo na Inglaterra, era contra a concentração de poder nas mãos do Rei. Foi autor da teoria dos “Direitos Naturais do Homem”, que defende a idéia de que nascemos com direitos naturais e inalienáveis. A liberdade de expressões e sentimentos, a igualdade perante a lei e o direito a propriedade privada da terra são direitos que nascem conosco e devem ser garantidos pelo Estado, sem esses direitos o povo deve se revoltar e derrubar o modelo político existente.

*O pensamento de Jean Marie Arouet (Voltaire): Esse filósofo francês foi profundamente influenciado pelas idéias de Locke. Era um crítico severo da Igreja Católica, que segundo ele era um centro de superstições e irracionalidades. Seu pensamento colocava a RAZÃO como o único meio dos homens viverem harmonicamente iguais perante a justiça, no mundo onde a fraternidade seria alcançada.

*O pensamento do Barão de Secondat (Montesquieu): Esse filósofo foi o responsável pela elaboração da teoria da divisão dos três poderes em: LEGISLATIVO (cargo responsável pela elaboração das leis), JUDICIÁRIO (cargo responsável em julgar essas leis) e EXECUTIVO (cargo responsável em executar as mesmas). Com essa teoria ele aperfeiçoou o sistema democrático. Era um grande crítico da concentração de poder nas mãos de uma única pessoa (Rei), por isso era a favor da divisão do poder em três instâncias.

*O pensamento de Jean Jacques (Rousseau): Um dos principais críticos do poder absoluto, escreveu um livro chamado “O contrato Social”, onde decreta que a DEMOCRACIA seria a única maneira de convivência entre os homens, ou seja, o POVO deveria ser o único soberano da Nação. Seu pensamento serviu de base teórica para a revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos da América e até a Inconfidência Mineira no Brasil

MEIN KAMPF - Obra de Hitler será publicada!


Decisão do governo da Baviera de publicar edição comentada de ‘Minha luta’ pode servir para impedir distribuição livre em sebos e pela internet das palavras de Hitler 



Se você não pode lutar contra ele, o melhor é se juntar a ele. É seguindo a velha expressão popular que o governo da Baviera, na Alemanha, anunciou esta semana que vai lançar novas edições de “Minha luta”, o relato autobiográfico, com tom de ensaio, do ditador nazista Adolf Hitler. A Baviera é detentora dos direitos autorais da publicação e não autoriza novas edições, justamente para impedir a propagação da mensagem antissemita presente no texto de Hitler. Em 2015, porém, quando se completarão 70 anos da morte do ditador, a obra vai cair em domínio público e poderá ser lançada por qualquer editora do mundo. Como prevenção, a Baviera vai preparar para 2015 edições comentadas, inclusive para o leitor jovem, contextualizando as palavras do ditador. Vai tentar, assim, evitar o que acontece há décadas: a divulgação indiscriminada da mensagem de Hitler. 

“Minha luta” nunca deixou de ser editado e distribuído, sobretudo pela internet. São bastante acessíveis as versões digitais do livro para download gratuito em vários idiomas, inclusive o português. Além disso, mesmo não havendo novas edições no Brasil, é fácil encontrar “Minha luta” à venda. O site Estante Virtual, que agrupa ofertas de sebos de todo o país, tem mais de 150 exemplares do livro de Hitler. Há desde uma versão de 1933, em alemão gótico, ao preço de R$ 15 mil, até obras em português da década de 1960, oferecidas a R$ 120. 

— Todas as editoras que republicavam o livro faziam isso de forma clandestina, à revelia da decisão do governo da Baviera de proibi-lo — explica Osias Wurman, cônsul honorário de Israel no Brasil. — A decisão de lançá-lo com comentários de personalidades e historiadores é, portanto, acertada. Essa é a forma mais postitiva de se combater o racismo contra qualquer etnia, não só contra os judeus. 

A última edição de “Minha luta” lançada no Brasil é de 2005, de responsabilidade da editora paulista Centauro. Sua capa era avermelhada, com uma foto de Hitler à esquerda e a imagem do ditador marchando entre suas tropas embaixo. O título aparecia tanto em português quanto no original em alemão, “Mein kampf”. De acordo com Almir Caparos Faga, um dos proprietários da Centauro, a tiragem de 2005 era de 2 mil exemplares. O livro, porém, não foi distribuído em grandes redes de livraria. 

— Nossa editora sempre lançou o livro, e ele sempre vendeu uns 2 mil exemplares por ano. Não é muito, porque as grandes cadeias não aceitam vendê-lo, não havia divulgação. Só que, aí, nós levamos o livro para feiras e bienais. E começamos a ter problemas — conta Faga. 

Por causa de “Minha luta”, a Centauro foi alvo de uma série de processos em que seus donos eram acusados de racismo. As ações na Justiça citavam, ainda, o livro apócrifo “Protocolo dos Sábios de Sião”, uma publicação do século XIX que trataria de um suposto complô judaico para controlar o mundo, também lançado pela Centauro. Ainda não há decisão final sobre os processos. 

— Quando começaram a pingar na internet informações sobre as ações na Justiça, o livro passou a vender muito rapidamente e se esgotou. Mas paramos de publicar para evitar mais problemas. Naquela época, o governo da Baviera entrou em contato conosco, avisando que eles detinham os direitos. Nunca soubemos disso — afirma Faga. — Agora, com a liberação em 2015, ainda não sabemos o que fazer. Republicar ou não vai depender do mercado. O livro é histórico. Fala de algo que aconteceu e que não vamos conseguir apagar. Hitler tinha uma mente doentia e fez atrocidades, mas não se pode bloquear o conhecimento. 

Para os críticos da publicação de “Minha luta”, o problema é como ele serviu — e ainda serveria — para a propagação de mensagens antissemitas. O livro foi lançado pela primeira vez em 1925, na Alemanha, e logo se tornou um sucesso imenso de vendas. Estima-se que, até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, mais de dez milhões de exemplares de “Minha luta” circulavam pelo país, entre aqueles que foram vendidos em livrarias e os que foram distribuídos gratuitamente pelo ditador para soldados, estudantes e jovens recém-casados. 

Em vários trechos, a manifestação do ódio racial era direta. Em “Minha luta”, Hitler escreveu: “Nada se afirmou em mim tão depressa como a compreensão, cada vez mais completa, da maneira de agir dos judeus em determinados assuntos. Poderia haver uma sujidade, uma impudência de qualquer natureza na vida cultural da nação em que pelo menos um judeu não estivesse envolvido? Quem, cautelosamente, abrisse o tumor haveria de encontrar, protegido contra as surpresas da luz, algum judeuzinho. Isso é tão fatal como a existência de vermes nos corpos putrefatos. O judaísmo provocou em mim forte repulsa quando consegui conhecer suas atividades, na imprensa, na arte, na literatura e no teatro”. 

É por um conteúdo como esse que “Minha luta” se tornou maldito por gerações, mais ou menos como ocorreu com muitas das publicações ou dos filmes feitos por ou a pedido dos nazistas. Outro caso famoso foi o da alemã Leni Riefenstahl, diretora de filmes de propaganda nazista, como “O triunfo da vontade”. Até sua morte, em 2003, Leni passou anos sendo criticada e acusada de ter sido simpatizante das ideias de Hitler. 

— O livro era uma plataforma para Hitler ser eleito. Quando ele foi publicado, não haviam acontecido todas as mortes, a destruição, os campos de concentração que vieram depois — diz Osias Wurman. — O que vemos na Europa hoje é que Hitler morreu, mas o nazismo continua vivo. Está presente na força da extrema-direita nas eleições da França ou no atentado na Noruega no ano passado. A republicação do “Minha luta” deve servir para que esse mal não retorne.
Esta reportagem foi publicada no vespertino para tablet "O Globo a Mais"

Danilo Gentili... RACISMO OU LIBERDADE DE EXPRESSÃO?



Quantas bananas você quer?
O vídeo publicado pelo Portal do PSTU trazia uma entrevista com Thiago Ribeiro, jovem negro de 29 anos que, recentemente, denunciou Gentilli por suas piadas de explícito conteúdo racista. Cansado das piadas sem graça do “comediante”, Thiago Ribeiro postou no Youtube um vídeo com uma coletânea de piadas racistas de Gentili. O vídeo obteve 800 visualizações, inclusive uma visualização do próprio Gentili, que conseguiu tirar o vídeo do Youtube por meio da cláusula de uso de imagem.
Através do seu perfil no Twitter, Thiago interpelou Gentili sobre a proibição do vídeo. A resposta de Gentilli foi pra lá de desprezível: “vamos esquecer isso… Quantas bananas você quer pra deixar essa história pra lá?”, escreveu o comediante em seu Twitter. Na sequência, muitos seguidores de Gentilli desataram ataques racistas contra Thiago. Todos eles, inclusive Gentilli, foram denunciados por crime de racismo ao Ministério Público de São Paulo e à Polícia Federal sobre o ocorrido. Também foi realizado um Boletim de Ocorrência na Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania e na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.


Quer ler essa notícia na íntegra? Acesse: http://www.tumblr.com/tagged/racismo?before=1352311196

Descoberta pode solucionar “enigma” bíblico





Achados arqueológicos recentes podem comprovar que a cidade de Siló, antiga capital de Israel, foi destruída por um grande incêndio. Essas descobertas na região central de Israel desvendariam o mistério envolvendo a ruína dessa cidade mencionada no Antigo Testamento. Fragmentos de um jarro de barro foram descobertos em meio a uma camada de cinzas avermelhadas. Esse é um forte indício para resolver definitivamente o enigma milenar sobre como a cidade foi destruída. Em Siló, o Tabernáculo foi colocado durante o período conhecido como “dos juízes”. O local serviu como capital de Israel e centro espiritual por 369 anos, até a sua destruição. Após ser saqueada pelos filisteus deixou de ser a capital. A área continuou sendo habitada até 722 a.C., quando a Assíria invadiu o Reino de Israel. Atualmente, na região fica a cidade de Rosh Ha’ayin.

As Escrituras não relatam como foi o fim de Siló, mas essas descobertas comprovam que um incêndio arrasou o local. A datação do jarro aponta para o ano 1.050 a.C., que coincide com a data dos eventos descritos no livro de Samuel.

Avital Selah, diretor do sitio arqueológico de Tel Siló, disse à Agência de Notícias Tazpit que as teorias levantadas durante a escavação são semelhantes ao que se cogitou 30 anos atrás, quando restos de comida descobertos no local também apontavam para o ano 1.050 a.C.

O livro bíblico de 1 Samuel narra a batalha entre filisteus e israelitas, quando a Arca da Aliança foi capturada. O livro de Jeremias e alguns Salmos confirmam que Siló foi destruída pouco depois pelos filisteus. Os estudos dos arqueólogos devem ser publicados em breve comprovando como aconteceu e pondo fim ao mistério milenar.

(Gospel Prime, com informações Huffington Post e Israel National News)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A ALIMENTAÇÃO NA ÉPOCA FEUDAL

 A ALIMENTAÇÃO INDICAVA A CONDIÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS. EM GERAL, OS SERVOS CONSUMIAM A  CARNE COZIDA, QUE COMPLEMENTAVA AS SOPAS E PAPAS DE CEREAIS E LEGUMES.
A ALIMENTAÇÃO DOS NOBRES, EMBORA MAIS NUTRITIVA QUE A DOS CAMPONESES, ERA POUCO VARIADA. COMPUNHA-SE PRINCIPALMENTE DE CARNE,PEIXE,QUEIJO,CEBOLA,NABO,CENOURA, FEIJÃO,ERVILHA,MAÇÃS E PERAS.
O AÇÚCAR SÓ SE TORNOU CONHECIDO A PARTIR DO SÉCULO XII E, MESMO ASSIM, ERA TÃO CARO QUE SÓ ENTRAVA NAS COZINHAS DOS NOBRES MAIS PODEROSOS.

A AGRICULTURA E O TRABALHO SERVIL (IMPOSTOS MEDIEVAIS)


OS SERVOS PRODUZIAM PARA SUSTENTAR TODA A SOCIEDADE E PAGAVAM TRIBUTOS PELA UTILIZAÇÃO DAS TERRAS DOS SENHORES, COMO A CORVEIA, A TALHA E AS BANALIDADES.

* CORVEIA: OS SERVOS DEVIAM CULTIVAR AS TERRAS DA RESERVA SENHORIAL DE DUAS A TRÊS VEZES POR SEMANA, SEM GANHAR NADA POR ISSO. TUDO QUE PRODUZIAM ERA APROPRIADO PELO SENHOR.

* TALHA: OS SERVOS ENTREGAVAM AO SENHOR UMA ARTE DO QUE PRODUZIAM NO MANSO SERVIL. EM GERAL, O TRIBUTO VARIAVA ENTRE 30% E 40%.

* BANALIDADES: PARA UTILIZAR AS INSTALAÇÕES DA RESERVA SENHORIAL, COMO O FORNO E O MOINHO, OS SERVOS ENTREGAVAM AO SENHOR UMA PARTE DA PRODUÇÃO.

OS SERVOS TINHAM AINDA OUTRAS OBRIGAÇÕES OCASIONAIS. POR EXEMPLO, NAS VIAGENS QUE OS SENHORES FAZIAM PELAS ALDEIAS, OS SERVOS TINHAM DE OFERECER ALIMENTAÇÃO E HOSPEDAGEM.




ESTRUTURA FÍSICA DO FEUDO


FEUDALISMO: IDADE MÉDIA (V-XV)

ALTA IDADE MÉDIA (V-IX) SURGIMENTO DO FEUDALISMO


DIVISÃO EM TRÊS PARTES

*FEUDO SENHORIAL: Onde ficava o castelo com terras de uso exclusivo do senhor.

*FEUDO SERVIL: Terras destinadas aos servos, produziam o que era necessário para a sua sobrevivência.

* FEUDO COMUNAL: Composto de bosques e pastos usados tanto pelo senhor como pelos servos.

TRABALHO ELABORADO PELO ALUNO MARCELO
TEMA: NAZISMO E FASCISMO
TRABALHO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA 2012
ESCOLA: NELSON ANTONIO DO NASCIMENTO JUNIOR
TURMA: EJA 3TB NOTURNO









Historiadora deve pedir volta do coração de Dom Pedro I ao Brasil

Coração de Dom Pedro I está na cidade do Porto, em Portugal - Reprodução



Órgão que está na cidade do Porto, em Portugal, poderá ser analisado no Brasil; pesquisa revelada com exclusividade pelo ‘Estado’ exumou os restos mortais do imperador e de suas duas mulheres.


O próximo passo do estudo da historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, revelado com exclusividade pelo Estado no início da semana passada, é analisar o coração de Dom Pedro I, que está na cidade do Porto, em Portugal. Por decisão testamentária, o coração foi doado à Igreja da Lapa, onde se encontra conservado, como relíquia, num mausoléu na capela principal da igreja.

Na primeira fase da pesquisa, apresentada na última segunda para obtenção do título de mestrado, Valdirene exumou os restos mortais do imperador e de suas duas mulheres, Leopoldina e Amélia, sepultados na cripta do Monumento à Independência, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. O material passou por uma série de exames na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e a pesquisa serviu para desmentir episódios da história e confirmar outros - como a "lenda" de que a imperatriz Leopoldina teria sido empurrada escada abaixo e fraturado um fêmur (mas os exames não demonstraram nada), as quatro costelas fraturadas de Dom Pedro I (resultado de acidentes a cavalo) e a revelação de que a segunda mulher do imperador, Dona Amélia, está mumificada.
Médicos envolvidos no estudo veem com entusiasmo a análise do coração do imperador. "A partir de uma amostra pequena do tecido do coração, de cerca de 5 mm, seria possível aprofundar as hipóteses da causa mortis de Dom Pedro", comenta o médico Paulo Hilário Saldiva, chefe do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Com esse tecido, os especialistas poderiam fazer um exame de biópsia.
Assim, seria possível saber se o imperador teve ou não sífilis, como alguns historiadores afirmam. "Pelo vídeo que vimos, é possível perceber que o coração é maior do que o normal. Isso pode ser decorrência de alguma doença. Chagas, por exemplo. Ou até algum problema reumático. É preciso analisar para chegar a uma conclusão", diz o médico.
A historiadora e arqueóloga Valdirene Ambiel já manifestou interesse em dar mais esse passo em sua pesquisa. "É um intercâmbio que nos interessa, e estamos abertos a sugestões e parcerias que vierem de lá. É parte de nossa história conjunta", diz a pesquisadora, que vem concedendo entrevistas também a jornais e emissoras portugueses.
Em breve, um pedido formal deve ser feito à prefeitura de Porto e à Venerável Ordem de Nossa Senhora da Lapa, que administra a igreja. Segundo Valdirene, será apresentado um projeto detalhado e, dependendo da receptividade ao estudo, os pesquisadores podem solicitar que o órgão seja trazido ao Brasil para exames de tomografia na Faculdade de Medicina da USP - seguindo o mesmo princípio de "autópsia virtual" pelo qual passaram os restos mortais da família imperial.
Aprovação. Os responsáveis pela guarda do coração de D. Pedro I, segundo apurou oEstado em Portugal, estão abertos a que se retire uma amostra do órgão para estudo. No entanto, impõem como condição que seja garantida a integridade do coração. Sobre a possibilidade de trazer o órgão ao Brasil para tomografias, ainda não se manifestaram.
Atualmente, duas entidades são responsáveis pelo coração do primeiro monarca brasileiro: a prefeitura do Porto, a que o órgão de D. Pedro I - D. Pedro IV em Portugal - foi doado, e a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, a quem a filha do imperador brasileiro, a rainha portuguesa D. Maria II, atribuiu por decreto régio a função de manter o coração de seu pai.
Segundo o provedor da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, Joaquim França do Amaral, a condição é que não seja colocado em risco o coração de D. Pedro I. "Não há obstáculo nenhum ao estudo. Mas neste momento não é aconselhável abrir o frasco com o coração, porque está muito frágil", afirmou ao Estado. Atualmente, apenas é aberto uma vez a cada dez anos para trocar o líquido de conservação, uma solução de Kaiserling.
Na prefeitura do Porto, a condição colocada é que seja feito um pedido oficial: "é uma questão que terá que ser analisada profundamente pelas autoridades envolvidas e que terá sempre que ter um caráter oficial. Apenas um pedido institucional poderá permitir essa análise", informa o chefe da Divisão de Relações Internacionais e de Protocolo da prefeitura, João Paulo Cunha.
Entre os especialistas, existem receios de que a abertura do recipiente onde está o coração possa comprometer a integridade dele. Um dos motivos é que a solução de Kaiserling em que está colocado possa ter um comportamento diferente do que se fosse em formol, que é atualmente utilizado para conservar órgãos do corpo humano. 

Múmia de imperatriz surpreende pesquisadores



SÃO PAULO - Uma das principais revelações do estudo arqueológico nas figuras históricas foi o fato de que d. Amélia de Leuchetenberg, segunda mulher de d. Pedro I, foi mumificada - um dado até aqui desconhecido de sua biografia. A imperatriz, que morreu em Lisboa em 1876 e cujos restos mortais foram trazidos à cripta do Ipiranga em 1982, conserva pele e órgãos internos intactos. Cabelos, cílios, unhas, globos oculares e órgãos como o útero estão preservados.


"É uma das múmias em melhor estado de conservação já encontradas no País. Agora, precisamos pesquisar para entender exatamente por que ela ficou assim e, mais importante ainda, compreender melhor quem foi essa mulher, uma imperatriz esquecida na História do Brasil", diz a arqueóloga Valdirene Ambiel, responsável pelas pesquisas na cripta do Ipiranga. "Quando a trouxeram à cripta, em 1982, dizia-se que ela estava 'preservada', mas ninguém sabia que poderia ser considerada múmia."




As causas exatas da mumificação de d. Amélia ainda estão sendo investigadas - não era comum entre a nobreza de Portugal que mulheres recebessem tratamento para ficarem preservadas. "Pode ter sido um 'acidente de percurso'. Ela foi tratada para ficar conservada alguns dias, para o funeral, e isso acabou inibindo o processo de decomposição", diz Valdirene. Os exames no Hospital das Clínicas revelaram uma incisão na jugular da imperatriz. Por ali, foram injetados aromáticos como cânfora e mirra. "No caso de d. Amélia, havia um forte odor de cânfora quando abrimos o caixão. Certamente, ajudou a anular o processo de decomposição."

Também contribuiu para a mumificação, segundo a pesquisadora, a ausência de fatores para a decomposição. "A urna foi tão hermeticamente lacrada que não havia microorganismos para realizar a decomposição. É irônico que tenha acontecido justamente com Amélia, que pediu expressamente um funeral simples, nos quais não se costumava preparar os mortos para preservação", explica Valdirene, referindo-se ao testamento de Amélia de Leuchtemberg, no qual consta o pedido de um funeral sem ostentações. O documento, porém, só foi lido após o enterro, quando a mumificação já havia sido preparada.

Após passar pelo aparelho de tomografia do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas e de receber uma biópsia, a imperatriz foi "remumificada" - ela recebeu novo processo de embalsamamento, semelhante ao qual havia passado 136 anos antes. Valdirene também foi a responsável por preparar e aplicar na múmia uma solução semelhante à usada em Portugal no século 18 (500g de naftalina, 500g de cânfora, 300g de manganato de potássio, 2,5 litros de álcool a 92%, 2 litros de formol e 500g de timol). Com gaze e algodão, passou a mistura em todas as partes visíveis da imperatriz - face, pés, mãos e pescoço. "Também passamos a solução nas laterais do corpo preservado, para que receba o tratamento por absorção. Nas costas ficou do jeito que estava, já que não podíamos levantá-la do caixão", conta a arqueóloga.

Com a descoberta, o caixão de d. Amélia recebeu um visor de vidro, que permitirá - apenas a pesquisadores - observar seu estado de conservação. No plano que apresentou à Prefeitura, Valdirene se propõe a fazer visitas semanais à cripta, para checar a preservação da múmia. "Faz parte do projeto de preservação dos restos mortais da família imperial. Precisamos tomar conta das descobertas", diz. 

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